20 de junho de 2024 às 15:20
O Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes, localizado no conjunto Parque dos Coqueiros em Natal, enfrenta desafios para completar as escalas médicas na sua UTI pediátrica, o que está comprometendo o atendimento. A localização remota do hospital e os atrasos nos pagamentos são os principais obstáculos mencionados.
Segundo a Secretaria de Saúde Pública do RN (Sesap), a dificuldade surgiu devido à saída de vários profissionais da escala da empresa contratada para os serviços. A Sesap informou que planeja realizar reuniões nos próximos dias para definir medidas que assegurem o atendimento pleno aos pacientes.
A UTI pediátrica do hospital recebe em média 25 crianças e adolescentes por mês e possui dez leitos, operando com profissionais terceirizados via cooperativa, com exceção da coordenadora da seção, que é servidora efetiva.
Reginaldo Holanda, presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Norte (Sopern), destacou que a localização do hospital contribui para a falta de interesse dos pediatras, além dos problemas relacionados aos atrasos nos honorários médicos. Ele alertou para o risco de aumento na mortalidade infantil e juvenil se houver redução dos leitos de UTI, especialmente durante os meses de fevereiro a junho, quando há maior demanda por causa de problemas respiratórios.
Holanda enfatizou a necessidade de intervenção do Estado para evitar a deterioração da situação. Ele classificou o eventual fechamento do serviço como prejudicial à saúde das crianças e adolescentes do Rio Grande do Norte.
O Sindicato de Médicos do Estado do RN (Sinmed RN) tem acompanhado de perto a situação das UTIs pediátricas e de neonatologia do Maria Alice Fernandes, que são essenciais para atendimentos de urgência e emergência na região. Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed/RN, afirmou que as ameaças de fechamento das UTIs são frequentes devido à falta de concursos públicos e ao desinteresse dos pediatras em assumir plantões pelas cooperativas devido aos constantes atrasos nos pagamentos.
Ferreira explicou que o Sinmed/RN está propondo a mobilização de associados para garantir um atendimento emergencial, mas enfrenta dificuldades significativas. Ele mencionou que o sindicato está engajado em buscar soluções junto às autoridades competentes, incluindo promotorias e o Legislativo, para resolver o problema, incluindo a possibilidade de exceções para concursos públicos, melhorias salariais e condições diferenciadas de pagamento para os terceirizados.
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