2 de julho de 2024 às 9:49
A partir de agosto, pacientes de Natal com diabetes mellitus tipo 2 não terão mais acesso às insulinas análogas na rede pública de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS/Natal) seguirá os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde (MS), que excluem o uso dessas insulinas para o controle da doença. Com isso, o tratamento passará a ser feito com medicamentos como metformina, glimbenclamida, gliclazida e dapagliflozina, além de insulina NPH ou insulina regular.
O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia no Rio Grande do Norte (SBEM/RN), Pedro Henrique Dantas, destacou à Tribuna do Norte que as insulinas análogas garantem um melhor controle do diabetes tipo 2, além de reduzir os riscos de hipoglicemia e complicações graves como infarto, AVC, trombose, insuficiência renal, cegueira e amputações. "A eficácia das insulinas regulares não é a mesma das análogas", alerta Dantas.
A mudança na oferta de medicação deve piorar os níveis de glicose a curto prazo e aumentar o risco de complicações a médio e longo prazo, resultando em maiores gastos com internações futuras, segundo o especialista. A aquisição e distribuição das insulinas análogas (de ação prolongada e de ação rápida) ficará a cargo do Estado, através da Unicat, que a partir de agosto distribuirá esses medicamentos apenas para pacientes com diabetes tipo 1. No entanto, ainda não há prazo para a disponibilização da insulina de ação prolongada.
A SMS informou que os medicamentos gliclazida e dapagliflozina estão em falta nas unidades básicas de saúde e que aguarda o fornecimento pelo Ministério da Saúde. A orientação para os pacientes com diabetes tipo 1 é procurarem a Unicat para cadastro e recebimento da medicação, mas esse cadastro só será feito mediante a aquisição dos insumos pelo MS. Atualmente, apenas a insulina análoga de ação rápida está disponível para pacientes já cadastrados.
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